Formação em JMV

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INTRODUÇÃO

A experiência mostra-nos que quanto menos cristão é ambiente no qual cresce e se desenvolve a criança, o adolescente ou o jovem maior é a necessidade de ambientes formativos alternativos para iniciar ou amadurecer na fé. A JMV nasceu para responder a esta necessidade oferecendo aos adolescentes e jovens um lugar para o seu crescimento integral, um lugar com um carisma vicentino, onde podem experimentar um estilo de vida cristão, uma Igreja jovem e a força de um compromisso em nome dos jovens e em nome dos pobres. Este foi o desejo da Santíssima Virgem que em 1830 convidou a Família Vicentina a evangelizar os jovens, especialmente, os mais pobres, vulneráveis, marginalizados e excluídos da sociedade.

A Igreja hoje continua a pedir a várias associações e movimentos que assumam “um compromisso de catequizar, ensinar e formar os cristãos”.

A formação dos jovens membros da JMV é uma preocupação para todos os que são responsáveis por esta Associação. Desde da primeira Assembleia Geral que foi realizada em Roma (2000) até a Assembleia mais recente, em Portugal (2010) foi destacada a importância de continuar este serviço de formação. A formação tem sido o foco de nossa dedicação e atenção: catequeses, conferências, encontros, retiros, publicações, etc.

O Conselho Internacional respondeu a esta necessidade, apresentou aos Conselhos Nacionais, um documento neste sentido (um documento com o qual todos vocês estão familiarizados). Este documento continua válido para todos os grupos e, no entanto, parece ter sido esquecido. Referimo-nos ao livro (caderno) dos Processos Formativos e Desembocadura na JMV. Este documento foi fruto de anos de reflexão e pretende promover uma revisão do processo de formação que tinha sido implantado em cada país. Esta revisão deveria ser realizada à luz de um critério comum específico que garantiria a unidade do processo de formação na Associação como um todo.

Depois da terceira Assembleia Geral o Conselho Internacional comprometeu-se com a elaboração de um novo documento de apoio aos países, na área da formação trata-se de um pequeno guia para aqueles que ainda não têm o seu próprio processo formativo e/ou aqueles que desejam rever seu processo. Este guia tenta satisfazer as necessidades básicas da formação na Associação: humanas, cristãs, marianas e vicentinas. Está dividido em quatro etapas: convite, iniciação, aprofundamento e compromisso, cada um contém um tema principal e diferentes temas para serem desenvolvidos de acordo com as necessidades de cada país.

Conscientes de que é o mesmo espírito que nos move e que nascemos debaixo do mesmo carisma, também é certo que a nossa Associação é muito rica pela sua diversidade. Daí que o desenvolvimento de um processo de formação que atenda a cada necessidade de cada etapa que satisfaça as necessidades de cada país será difícil. Portanto, preferimos deixar essa tarefa de discernimento para o Conselho Nacional.

Contudo, para esta formação seja eficaz é necessário ter em consideração certos critérios.

CRITÉRIOS IMPORTANTES PARA A FORMAÇÃO NA JMV

A nossa primeira Assembleia Geral levou-nos a reconhecer que organizar e enriquecer os nossos programas de formação é vital para o futuro da Associação. Estes programas devem ser capazes de criar entre os jovens:

  • Um entusiasmo genuíno para descobrir o grande potencial que está nos seus corações, revelando toda a sua riqueza e criatividade.
  • Um desejo de estar profundamente enraizado em Jesus Cristo, de ser preenchido com a espiritualidade da oração do Magnificat e de comprometer-se com Jesus na comunidade que é a Igreja.
  • Um compromisso explícito com a causa do Reino, evangelizando e servindo os mais pobres entre os pobres e fazê-lo ao estilo vicentino.

[1.1] A formação é um processo dinâmico e contínuo que começa na família, continua na escola e na paróquia e dura toda a vida. O propósito desta formação é enraizar a vida dos jovens em Cristo para que eles possam realizar uma experiência de fé e ter um conhecimento do Filho de Deus que, em troca lhes permitirá assumir o seu lugar na sociedade e na Igreja como pessoas maduras na fé (Ef 4,13). Assim, formar jovens é levar Jesus até eles, ou ainda melhor, é levar as pessoas a Cristo. Na JMV, queremos oferecer uma formação que liberte e mude as pessoas para que elas sejam homens e mulheres responsáveis, protagonistas do seu projeto de vida. Queremos que os jovens tornem-se conscientes do seu compromisso com a sociedade e com a Igreja para que, por sua vez, possam contribuir na construção do Reino de Deus.

[1.2.] Para que a formação que oferecemos consiga chegar realmente ao coração dos jovens, acreditamos que cada Conselho Nacional deve organizar um programa de formação bem definido e não simplesmente contentar-se com o exercício das diversas atividades pastorais relacionadas com algum plano geral. Na JMV optamos por um plano pastoral que envolva um processo, um processo compreensivo e sistemático, orientado por um programa de formação geral. Um programa como este permite aos membros da Associação adquirir uma identidade pessoal cristã e vicentina, mais clara e mais profunda. É um programa desenvolvido numa sucessão ordenada de fases e etapas educativas que estão diretamente relacionadas com o processo de crescimento da pessoa e também com os objetivos da nossa Associação. Estes programas devem ter em conta a participação em grupos diferentes: crianças, adolescentes, jovens e adultos.

[1.3.] O programa de formação geral deve ser contextualizado e inculturado: ele deve ser esboçado a partir da realidade dos jovens e da Associação em cada país ou continente. Apenas desta maneira os programas de formação podem responder às necessidades concretas dos participantes. Pe. Robert Maloney disse às Visitadoras Provinciais das Filhas da Caridade: “Deixem os grupos manterem às suas características indígenas, filipinas, congolesas, espanholas ou americanas. Isto requer discernimento, criatividade e liberdade de espírito”. Com uma fidelidade criativa ao carisma da JMV, temos que buscar aquelas expressões comuns que revelam o carisma da nossa cultura específica. Apenas assim, a formação que oferecemos pode ser capaz de responder aos desafios apresentados pelas luzes e sombras da situação da juventude, tal como ela se revela nas diferentes regiões do mundo e nas várias culturas onde os jovens se encontram.

[1.4.] Este projeto toma forma através de diversas fases ou etapas da formação. Os objetivos e a metodologia dos programas devem ser avaliados e diferenciados de acordo como o nível de maturidade e o grau de compromisso dos destinatários. Diferentes abordagens serão desenvolvidas em cada país, e isto será feito de acordo com o Plano Geral de Formação e as orientações apresentadas pela Pastoral da Juventude das respetivas Conferências Episcopais.

[1.5.] Em todo o programa, cada uma das suas etapas, tem de responder a uma experiência cristã geral que tenha em consideração cada dimensão da pessoa humana. Para o jovem seguir em frente neste processo e continuar junto com o seu grupo é necessário que seja acompanhado por um assessor. Os jovens devem ser ajudados a crescerem nas quatro áreas básicas que respondem não somente às diferentes dimensões da pessoa mas que também, estão de acordo com a natureza, os objetivos, e com o próprio espírito da Associação.

Cada país adaptará à sua realidade as seguintes quatro dimensões básicas:

  • Maturidade humana e cristã: Atenção especial ao crescimento pessoal; a aquisição dos valores, atitudes e critérios que irão orientar a vida dos jovens; clarificação do projeto pessoal; experimentar a própria vida História de Salvação; experiência de Jesus e da sua mensagem; os sacramentos de Iniciação; unificação entre a fé e a vida a partir de um caminho de conversão.
  • Experiência comunitária e eclesial: Expressão e abertura aos outros e desenvolver capacidades de relacionamento interpessoal desde da vivência da fé nos grupos. Sentirem o chamamento para fazer parte do povo de Deus; cultivar os valores da vida eclesial; integrar-se na vida de uma comunidade cristã concreta (paróquia e diocese) e aceitar como seus os interesses da Igreja local e universal.
  • Espiritualidade mariana e vicentina: Organizar a sua vida a partir do seguimento a Jesus Cristo como Evangelizador dos pobres. Viver e orar como Maria, revestindo-se da espiritualidade do Magnificat, e ter atitudes de caridade, humildade, disponibilidade e simplicidade. Ao mesmo tempo dedicar tempo e energias a projetos específicos de evangelização e serviço aos pobres.
  • Compromisso social e missionário: Ter sentido crítico e crente da realidade; conhecer outros âmbitos de compromisso cristão; ação apostólica nos diferentes ambientes juvenis e entre os mais abandonados. Compromisso político-social; vivência do catolicismo (universidade)em parceria missionária e disponibilidqde ir onde a Igreja e os pobres precisam deles.

O grupo é o centro privilegiado de implementação do processo de formação.

Para a JMV, a vida e o serviço acontecem em pequenos grupos onde a fé e a vida são partilhadas. Isto é muito mais do que um mero recurso metodológico é um elemento básico do nosso processo de formação. O grupo é um lugar de crescimento e comunhão, um meio priveligiado para: iniciar e amadurecer na fé, a confrontação da realidade com a Palavra de Deus, a conversão, uma experiência de vida cristã, a integração progressiva numa comunidade cristã mais amplia; o compromisso com os ao estilo vicentino.

Hoje, os crentes que vivem a fé e o amor efetivo são o maior sinal evangelizador e o instrumento mais eficaz para a iniciação da experiência cristã. Por isso queremos favorecer a criação de grupos onde os jovens sejam capazes de partilhar as suas experiências de vida, amadurecer na fé e assumir um compromisso em favor da Igreja e da sociedade.

A experiência ensinou-nos que não podemos concentrar todas as nossas energias no grupo e deixar os jovens se perdam nele, portanto há que acompanhar os jovens em processos individualizados. A decisão de orientar um grupo está relacionada com prática do acompanhamento pessoal através de pessoas adultas na fé (acompanhantes) que partilham as suas experiências; que lhes ajudem a ver as suas vidas de modo objetiva e facilitar a uma reflexão crente sobre diversas situações da vida. O apoio e o ânimo dos assessores permitirão aos jovens superar as suas dificuldades e a aceitarem novos desafios. Este serviço deve ser oferecido desde as primeiras etapas, permitindo que os jovens sejam capazes de se tornarem protagonistas da sua própria vida, de personalizar a sua fé e de colocarem-se à disposição para descobrir qual é o projeto pessoal que Deustêm para cada um deles.

No caminho que fazemos com os jovens, o discernimento e a opção vocacional são o fruto maduro ou o auge do processo formativo, o vértice de todo crescimento humano e cristão. Na JMV, chamamos a este momento especial dentro do processo “Desembocadura”. Não há uma autêntica pastoral da juventude enquanto não lhes damos uma orientação vocacional diversa e ampla que gere neles uma atitude de discernimento vocacional. Pensamos que a orientação vocacional deve estar presente ao longo de todas as etapas do processo de formação. Queremos ajudar os jovens a descobrir os seus dons; o plano específico que Deus os convida a empreender no serviço do Reino.



AS LINHAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO FORMATIVO DA JMV

  • Iniciação da vida cristã – fé/vida. Este é um processo para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de participar na catequese e de ter acompanhamento ou que não puderam completar tal processo. Aui é priorizada a experiência e a reflexão sobre a Palavra de Deus como um ponto de referência permanente.
  • Convidar à conversão, para adquirir um estilo de vida consuante o Evangelho e chegar à confissão pessoal da fé através da profissão de fé, da celebração e do compromisso.
  • Conduzir à integração progressiva na comunidade cristã a partir de uma autêntica experiência religiosa, alimentada pela oração, pela liturgia e pelos sacramentos.
  • Enviar (desembocar) num compromisso em favor do mundo melhor, através do seu testemunho apostólico e missionário. Um testemunho que envolve uma opção vocacional específica.
  • Ajudar os jovens a crescer na fé através de um processo de crescimento que requer três aspectos fundamentais: fé, processo e maturação.

---Com relação à fé, o conteúdo essencial deve ser assegurado através de um processo catequético que resulta no estabelecimento de uma base doutrinal sólida.

---Quanto ao processo, procurar um desenvolvimento adequado e harmonioso dos conteúdos mencionados através de um método catequético que assegurará a sua assimilação.

---Com relação à maturação, deve ser oferecida aos jovens oportunidades de implicação em atividades que os ajudarão a ter uma fé pessoal em todo o processo.

  • O método catequético subjacente será como o fio condutor que nos guiará durante o itenerário e funcionará em duplo sentido: do grupo ao jovem e do jovem ao grupo.

Este processo é tecido com três importantes linhas: a experiência humana, a Palavra de Deus e a profissão de fé. A experiência humana do jovem, o ponto de partida, deve ser analisada à luz da Palavra de Deus e deixar-se questionar pela mesma. O resultado desta análise é a profissão de fé que se manifesta de três maneiras diferentes, mas complementares:

(a)proclamação e expressão no que se acredita (profissão de fé);

(b)contemplação e celebração da fé junto com outros irmãos e irmãs (oração e sacramentos),

(c)transportar isso para a vida real (compromisso).

Esta tríple profissão de fé, que surge a partir da experiência do jovem, é sustentada pela Palavra, o que permitirá a integração gradual do jovem na comunidade eclesial. A arte de educar na fé consiste em combinar as três linhas de tal modo que entre a fé e a vida do jovem constituam um só coisa.

Esta unidade é concluída pelo acompanhamento dos jovens enquanto atravessam as diferentes fases e etapas das suas vidas. Este processo de acompanhamento pode continuar por um período de tempo prolongado (por muitos anos, e pode ir até à idade adulta) para iluminar e transformadar todas as esferas e dimensões significativas da pessoa. Estas não são fases cronológicas que devem ser completadas sucessivamente e não são etapas pelos quais todos os membros têm que passar (ou neste caso, passar durante o mesmo período de tempo). São etapas de formação que facilitam o processo de maturação da fé. O mais importante do processo não são os conteúdos (apesar dos participantes terem muito interesse neles) mas a oportunidade de implicar os jovens indivíduos em experiências que lhes permitirá viver este processo de modo a que o assumam como seu.


ETAPAS DO PROCESSO

Entre o ponto de partida e o ponto de chegada há um itenerário no qual podemos distinguir momentos ou etapas, cada uma com seus objetivos específicos e procedimentos.

Em cada uma destas etapas há um tempo previsto e uma celebração específica chamada “passagam de etapa”: são momentos fortes nos quais o jovem, o catequista e o grupo discernem se foram alcançados os objetivos fundamentais da etapa e se está preparado para seguir para a próxima etapa. É importante preparar estes momentos tanto individualmente como comunitariamente para que os jovens sejam capazes de começar a personalizar a sua fé.

CONVITE/PROPOSTA

Objetivo Geral:

  • Descobrir e começar a assumir a identidade pessoal, os valores humanos, a necessidade de crescer em grupo, a sua própria fé.

Objetivos Específicos:

  • Conhecer-se a si mesmo, os outros, a Deus e a JMV.
  • Organizar-se e estabelecer-se como grupo.

Tema principal: A Pessoa humana e cristã.

Duração:um ano.

ETAPA INICIAL (REVESTIR-SE DE UMA IDENTIDADE CRISTÃ, MARIANA E VICENTINA)

Esta é a etapa mais central do caminho, a mais larga e intensa do itenerário porque tenta oferecer uma iniciação completa da mensagem e vida cristã. Esta etapa inclui todas as atividades através das quais a Associação tenta ajudar os jovens a descobrir, celebrar e viver a singularidade da vida cristã e a fazer isto no contexto da Igreja. Precisamos de dar tempo suficiente para a fé chegue ao mais profundo da pessoa, habite naquele lugar onde as profundas convicções são formadas e, assim, transformam a vida.

Objetivo Geral:

  • Descobrir a chamada à mudança de vida, para um encontro pessoal com Cristo, através da Palavra, da Associação e dos pobres.

Objetivos Específicos:

  • Iniciar uma vida de oração.
  • Descobrir e assumir as exigências da vida cristã.
  • Assumir a vida em grupo e o trabalho em equipa.
  • Realizar pequenos serviços apostólicos ao estilo vicentino

Tema principal:Deus – Jesus Cristo

Duração:Um ano (mínimo)

APROFUNDAMENTO

Objetivo Geral

  • Descobrir o sentido comunitário e eclesial da JMV e fazer dele um estilo de vida mediante o compromisso evangelizador, na própria comunidade paroquial.

Objetivos Específicos

  • Passar do grupo à comunidade juvenil, orante e comprometida, que assume a "auto-formação" e lança-se na acção organizada.
  • Iniciar a integração consciente na paróquia (ministérios: Palavra-culto-caridade).
  • Aprofundar o papel de Maria na comunidade cristã e na JMV.
  • Conhecer de forma mais concreta o pensamento e as obras de S. Vicente e Santa Luísa.

Tema Principal: Maria e São Vicente

Duração: 2 anos (mínimo)

ETAPA DO COMPROMISSO E DA MISSÃO

Esta última etapa é mais pastoral conduz os jovens à uma opção de vida específica e à “Desembocadura” ou Envio. Compreende atividades que são especificamente dirigidas a jovens iniciados na fé que optaram por viver o Evangelho no meio da Igreja de acordo com o carisma vicentino.

Objetivo Geral:

  • Assumir um compromisso estável na Igreja e no mundo, na linha vicentina apartir de uma opção vocacional concreta.

Objetivos Específicos:

  • Expressar a fé desde a vida, nos diferentes ambientes onde estão inseridos.
  • Chegar a uma experiência viva de Cristo nos Sacramentos.
  • Completar a integração na comunidade cristã adulta (Paróquia).
  • Analisar criticamente a realidade que o rodeia.
  • Clarificar a própria opção vocacional.
  • Viver experiências permanentes de serviço ao pobre.

Tema principal: a Igreja

Duração: um ano

Poderão encontrar informações mais detalhadas sobre tudo isto no documento sobre os processos formativos que está publicado na nossa página Web na seção formação.

Há muitas maneiras de estruturar este caminho. Cada Conselho Nacional tem a liberdade para implementar o modelo que melhor responde a sua própria realidade. A JMV nunca se pode fechar sobre si mesma: os membros da Associação são chamados a dar vida à Igreja e ao mundo. Assim, o processo de formação deve ajudar os jovens a adquirir uma visão mais ampla do mundo e da Igreja nos quais eles são chamados a cuidar e servir.


MEIOS PARA A FORMAÇÃO

Os meios mais comuns usados pela Associação para realizar o seu serviço de formação são os seguintes:

  • Estudo do Evangelho: ajuda os membros do grupo a aproximarem-se de Jesus, a descobrir o seu estilo de vida e, assim, serem capazes de responder e de tornarem-se autênticos discípulos.
  • Encontros Catequéticos: os encontros do grupo são os momentos mais adequados para oferecer formação catequética. Durante estas sessões nós devemos criar um clima propício à participação e à comunicação.
  • Retiros e exercícios espirituais: momentos chaves do processo, são oferecidos na épocas de festas importantes do calendário litúrgico.
  • Encontros são momentos para partilhar a fé e a vida com outras pessoas. Proporcionam que os jovens aumentem o seu sentido de pertença e de união à Associação, na medida em que se comprometem com um projeto comum. Estes encontros podem serem a nível local, diocesano, provincial, nacional ou internacional.
  • Atividades de verão: o tempo de férias oferece muitas possibilidades de formação: acampamentos, trabalho voluntário, cursos, etc.
  • Atividades de serviço: estas atividades permitem aos jovens agir, eles aprendem fazendo.
  • Curso de formação para animadores, catequistas, coordenadores moderadores, ,etc.: maneiras concretas de oferecer formação para grupos específicos. Estes cursos podem ser oferecidos periodicamente e são uma maneira de multiplicar animadores.
  • Cursos de Pastoral da Juventude para Assessores: são necessários se queremos que os nossos assessores realizem com qualidade e eficácia o seu serviço.
  • Uso de textos formativos e de publicações adaptadas para a juventude: por exemplo, guias e outras publicações das comissões nacionais da juventude em cada país, assim como materiais publicados pelo Secretariado Internacional da JMV, pelo Conselho Nacional ou por outros ramos da Família Vicentina, etc.
  • Uso frequente da Web: o nosso desafio é fazer da nossa web um lugar de encontro para trocar experiências e materiais e também para o enriquecimento mútuo dos membros.
  • Outros: Aqueles que são suscitados pela imaginação e criatividade.


PERFIL DE UM BOM FORMADOR - ASSESSOR

Os assessores e formadores vicentinos têm um importante serviço que é apresentar a fé aos jovens da JMV. Sendo assim, os assessores e os formadores devem ser bons pedagogos, devem conhecer a arte e a ciência da pedagogia para que possam comunicar o Evangelho e que este toque a vidas das pessoas.

Para que a proclamação do Evangelho seja eficaz, há que ter claro duas áreas da fidelidade: a fidelidade a Deus e fidelidade às experiências concretas dos jovens que são beneficiários da boa nova.

[1] Profundamente enraizado na pessoa de Jesus Isto parece muito óbvio mas na realidade é muito importante. No nosso contexto, toda formação conduz-se para “revestir-se do Senhor Jesus Cristo”. O formador não só deve ter simplesmente conhecimento de Jesus Cristo, deve ter uma experiência pessoal do próprio Senhor. Só a pessoa verdadeiramente repleta do Espírito do Senhor poderá comunicar esse Espírito aos outros. Um bom formador respira; inspira e expira, o Espírito do Senhor.

[2] Totalmente imerso no carisma vicentino São Vicente deixou-nos um presente maravilhoso. O carisma da Família Vicentina continua extraordinariamente atual hoje, onde as formas de pobreza se multiplicam e o abismo aumenta cada vez mais entre ricos e pobres. O formador (ou formadora) deve conhecer bem a pessoa de São Vicente, a história dos ramos da Família que ele/a acompanha, a sua espiritualidade, a sua missão, as suas obras, o seu amor concreto e efetivo pelos pobres. Estes são os elementos que, de modo especial, o processo de formação deve transmitir aos futuros servos dos Pobres.

[3.] Em contato com o mundo dos pobres Se devemos formar os outros e levá-los a uma participação mais intensa na evangelização dos pobres, devemos nós mesmos, conhecer os pobres e o seu mundo. O bom formador foi evangelizado pelos pobres. Tem um conhecimento concreto dos mais abandonados. Já escutou as suas histórias e já se deixou modelar por eles. A sua experiência pessoal não é abstrata, pelo contrário o bom formador conhece Cristo, especialmente, tal como se revela na pessoa dos pobres. Estas três primeiras características podem parecer muito evidentes, mas são muito importantes para ser presumidas. O formador deve conhecer Jesus Cristo, deve conhecer São Vicente, deve conhecer os pobres.

[4] Capaz de ser um guia no caminho espiritual Nem todo aquele que realiza o caminho espiritual é necessariamente um bom guia. Um guia necessita de experiência e de formação para aperfeiçoar as suas qualidades naturais. Ele conhece as veredas que afligem os caminhantes ao longo da viagem: as estradas, as pistas, os perigos, as emboscadas. Os bons guias caíram e levantaram-se muitas vezes. Sabem como levantar aqueles que estão desmotivados e acalmá-los com os seus conselhos experimentados. Os melhores guias são aqueles que caminham com os formandos, que às vezes aceleram o passo, às vezes vão mais devagar ou ficam parados.

[5] Ouvinte atento São Vicente diria imediatamente que todo formador deve ser humilde. Que alguma outra virtude que tivesse falado mais? O formador sábio colhe antes de semear. Está disposto a escutar as necessidades daqueles que seguem o processo de formação. Deixa-se evangelizar e mudar por eles. Quantos bons formadores se surpreendem dizendo: “Durante este curso com os formandos, penso ter recebido mais do que dei”. Espera-se que formandos e formadores transformem-se mutuamente durante o processo.

[6] Um bom comunicador, hábil no uso dos meios atuais para envolver os outros no processo da formação Após ter escutado, o formador também deve falar. A sua linguagem, no entanto, não deve ser exclusivamente verbal, especialmente hoje. Numa era visual, é muito importante que o formador utilize as técnicas modernas de comunicação. Estes meios ativam os diversos sentidos dos formandos, introduzindo-os mais intensamente no processo de aprendizagem. Hoje, filmes, música, apresentação de computador, internet e tantos outros instrumentos audiovisuais estão à disposição do formador.

A pedagogia é ao mesmo tempo uma ciência e uma arte. É urgente envolver os próprios formandos, no processo educativo, para que se tornem agentes ativos da sua própria formação. Antes de tudo, são eles os primeiros responsáveis pela sua própria formação. Espera-se que se tornem “agentes multiplicadores”, capazes de transmitir aos outros os dons recebidos. Para conseguir estes objetivos, o formador deve saber como trabalhar não só com os jovens mas também com os grupos. Deve ser capaz de estimular os formandos a ajudarem-se mutuamente, no processo de formação.

[7] Conhecedor da Doutrina Social da Igreja Há alguns anos, publiquei um artigo sobre este assunto. Embora a Igreja tenha proclamado com a eloquência sua doutrina social durante mais de cem anos, esta continua bastante desconhecida para muitos, inclusive para a maioria dos fiéis. Este ensinamento, muito importante para nossa Família Vicentina porque visa especialmente os mais necessitados, é na verdade para a Igreja o fundamento da sua “opção preferencial pelos Pobres”. Sugiro que todos os programas de formação vicentina ofereçam uma boa dose desta Doutrina que deveria ser bem apresentada, para que os formandos possam aprender e transmiti-la aos outros.

[8] Capaz de estabelecer relações e de trabalhar como membro de uma equipa em cooperação com os outros Na nossa Família Vicentina, somos chamados a servir não só como indivíduos, mas como membros de uma Família. Especialmente quando trabalhamos na formação, é essencial que os formadores apresentem e de certa maneira “sacramentalizem” o espírito da família e da sua capacidade de trabalhar, lado a lado, em equipa, em vez de tomar a dianteira.

O formador deve ser capaz de trabalhar com os outros formadores do nossos grupos leigos, estando ao seu lado e ao seu serviço, promovendo as suas qualidades, multiplicando entre eles os agentes de formação. Este trabalho de equipa é essencial.

[9] Em contato com os diversos grupos de nossa Família Vicentina Estes grupos têm uma herança comum, mas ao mesmo tempo, carismas diferentes. É importante que saibamos apreciar tanto os elementos comuns, como os que nos distinguem dentro de nossa tradição familiar. Como toda família, temos uma longa história de sólida colaboração entre os membros da Congregação da Missão, as Filhas da Caridade, a AIC (anteriormente Damas da Caridade), a Sociedade de São Vicente de Paulo, a Associação da Medalha Milagrosa, os grupos de Juventude Mariana Vicentina e o mais recente, MISEVI. Junto a estes, muitos outros grupos participam dq nossa tradição. Nos últimos anos, temos aumentado o contato com os Religiosos de São Vicente de Paulo, a Federação das Irmãs de Caridade de França, Alemanha, Áustria, Itália, Índia, a Federação da Caridade, nos Estados Unidos e muitos outros grupos.

[10] Verdadeiramente missionário O verdadeiro missionário tem uma visão universal. Sabe que, mais além das montanhas, existem cidades e povoados onde é preciso pregar o Evangelho. Sabe que, quando contempla o oceano, as suas ondas batem em outros continentes, em outras praias onde também os pobres vivem e trabalham. São Vicente mesmo, numa época em que as viagens eram difíceis e as comunicações limitadas, olhava para além de França, tanto para leste como para oeste, como para o norte como para o sul. No momento da sua morte, sua família já era razoavelmente internacional. Hoje, com a rapidez dos transportes e a comunicação quase instantânea, torna-se ainda mais urgente fazer com que nosso processo de formação nos leve a uma visão global.


PEDAGOGIA

Pedagogia é uma palavra de origem grega que significa a arte de ensinar e educar crianças. Na cultura grega, o pedagogo era o servo a quem era confiada a tarefa de acompanhar as crianças, conduzindo-as no processo de sua escolarização e instruindo-as.

Hoje, o conceito é um pouco mais variado e como vicentinos somos convidados a olhar para São Vicente e Santa Luísa como pedagogos, como servos que acompanham os outros, que os conduzem à escola do Mestre, que os instrui à luz do carisma que Deus lhes deu à luz da sua experiência de vida. Vicente e Luísa não foram pedagogos teóricos nem sistemáticos mas foram educadores e guias de inúmeras pessoas durante sua época. Eles realizaram esta tarefa com um estilo e uma arte especiais que lhes permitiram ensinar, formar e acompanhar outras pessoas.

Acho que este estilo pedagógico pode ser verificado na práxis de São Vicente e Santa Luísa. Vou mencionar alguns aspectos que podem ser destacados no estilo pedagógico de nossos Fundadores.


---Uma Pedagogia da Experiência: Esta é a minha experiência, esta é a minha fé!

Estas palavras pronunciadas por Vicente de Paulo refletem as fontes, o critério e as forças motivacionais por detrás do seu pensamento e da sua atividade. As pessoas desenvolvem-se através das suas várias experiências e em grande medida, as pessoas são o resultado das suas experiências. Eu sei pela experiência... a experiência me mostrou que... Eu apelo para a experiência, para vossa própria experiência... estas são expressões que se repetem nos escritos de Vicente e revelam o fato de que a experiência era uma fonte importante do seu conhecimento e o critério-chave no seu processo de tomada de decisão e da sua atividade.

Para Vicente, a experiência era o lugar privilegiado da revelação e de encontro com Deus e um recurso pedagógico para formar, acompanhar e ajudar outras pessoas no seu processo de discernimento.

Neste mesmo sentido, Santa Luísa é conhecida pela formação das crianças e por ser muito atenta à situação concreta na qual as crianças viviam. Isto lhe permitiu concentrar sua formação na pessoa e, assim, educar as crianças para a vida.

--- Pedagogia Transformadora --- uma pedagogia da ação: Todo o nosso trabalho consiste em agir

Vicente considerava-se um homem ignorante e relativizava o valor das grandes ideias. A sua personalidade fazia-o sensível ao conhecimento empírico e concreto. Ele valia pouco as grandes teorias e os argumentos que não transformavam a vida, que não levavam a ação. Nós não acreditamos nas pessoas apenas porque elas são inteligentes.

Vicente insistia no fato de que a vida cristã não era um tipo de tarefa intelectual ou afetiva que tinha que ser realizada, mas que a vida cristã exigia ação. O amor tinha que ser expresso através de ações e de verdade: Amemos a Deus, mas com a força dos nossos braços e com o suor do nossos rostos.

Santa Luísa também era uma mulher prática com relação à educação, e nós destacamos aqui o fato dela se preocupar em ensinar às crianças coisas que seriam úteis para suas vidas e não estar interessada em ensinar-lhes verdades elevadas que apenas encorajariam sua vaidade.

---Pedagogia Personalizada e Libertadora --- preocupação com o desenvolvimento integral da pessoa; libertar a pessoa é amar a Deus Vicente experimentou o Evangelho como uma força libertadora para cada pessoa, mas especialmente para aqueles que sofreram e foram vítimas de injustiça. Portanto, para dar vida ao Evangelho, Vicente comprometeu-se com o serviço da promoção humana, promovendo a pessoa e todas as pessoas. De acordo com Luísa de Marillac, o serviço educativo tinha que concentrar-se de uma maneira preferencial naqueles que eram mais pobres. Cada pessoa era um centro de educação e a dignidade da pessoa deveria ser mais importante do que o seu papel ou a sua função na sociedade.

---Pedagogia Integrada --- integrar fé e vida

Os objetivos da educação eram o Evangelho e a vida: [1] o Evangelho mostrou que havia a necessidade de instrução religiosa para que Deus pudesse ser conhecido. As crianças e os jovens precisavam ser ajudados a compreender o amor de Deus por eles. O Evangelho tem que ser proclamado aos pobres. [2] As pessoas tinha que ser preparadas para a vida e assim, havia a necessidade de formação vocacional e profissional.

Luísa de Marillac mostrou-nos a importância da atenção à dimensão transcendente e religiosa da pessoa. Isto significava criar um ambiente na sala de aula que oferecesse aos alunos uma nova visão do mundo e da história, uma fé enriquecida com a visão destas realidades.

--- Pedagogia Coerente (testemunho) --- coerência entre o que se vive e o que se ensina

São Vicente e Santa Luísa ensinaram aos seus seguidores a educar com uma pedagogia que estimulava e animava as pessoas. O resultado desta abordagem significava que os alunos e o testemunho eram elementos importantes. Esta abordagem também exigia coerência da parte dos formadores; coerência entre o que eles ensinavam e o que viviam. Os professores deveriam viver o que ensinavam e, desta maneira, eles comunicavam e transmitiam a própria vida. Foi por esta razão que Luísa insistiu na formação contínua para os formadores e buscou professores que eram entusiasmados e convictos sobre o que estavam ensinando.


--- Pedagogia participativa e comunitária (trabalho em equipa)

Vicente queria homens e mulheres que fossem capazes de trabalhar com outros de uma maneira organizada. Diante de muitas formas e rostos da pobreza, era necessária uma resposta multifacetada e coordenada (diante da situação de pobreza, era necessário trabalhar juntos).

Luísa insistiu continuamente no fato de que o serviço deveria ser coordenado e existir uma unidade em relação aos critérios e métodos. Ela queria que os alunos se tornassem protagonistas do seu próprio crescimento e desenvolvimento (seu desenvolvimento humano e intelectual).

--- Pedagogia que possibilite as pessoas verem a história com os olhos da fé – Ver as coisas como Deus as vê

Vicente ensinou os seus seguidores a ver a presença de Deus na história, a discernir os sinais dos tempos. Nós também temos que discernir os acontecimentos e situação a fim de encontrar neles os sinais do plano amoroso de Deus. Esta abordagem leva as pessoas a seguirem a Providência Divina passo a passo (SV II, 552), estar atento a estes sinais nos quais Deus revela a sua vontade e capacitar as pessoas a comprometerem- se em seguir e realizar a vontade Deus.

À luz desta pedagogia vicentina temos que ver os pobres:

  • como nossos senhores e mestres; os acontecimentos e as necessidades dos pobres são mestres infalíveis;
  • temos de ver a realidade com os olhos da fé, ver as coisas como Deus as vê;
  • temos de compreender que os acontecimentos e as necessidades das pessoas são sinais incontestáveis da vontade de Deus;
  • devemos perceber que os pobres e a sua causa são sinais privilegiados da presença de Deus.

--- A Pedagogia da caridade, criadora da justiça --- É somente por vosso amor que os pobres perdoarão o pão lhes dais.

A pedagogia da caridade como o valor supremo da misericórdia. Os nossos Fundadores não foram meros reformadores sociais movidos pelas correntes políticas ou sociológicas; eram pessoas que acreditavam na força do amor afetivo e efetivo e sentiram que tinham sido ungidos pela caridade de Cristo: é somente por vosso amor que os pobres perdoarão o pão que lhes dais. Foi por esta razão que nossos Fundadores ensinaram que:

  • a responsabilidade da fé deve ser aceite e vivida;
  • a caridade deve ser organizada e as quatro dimensões complementares devem ser levadas em consideração, isto é, assistência às pessoas, as atividades de promoção, a denúncia profética da injustiça, o esclarecimento e a conversão da consciência daquelas pessoas que têm poder político, social e/ou financeiro; [3] as pessoas devem ser educadas com relação à dimensão política de sua fé.

--- Pedagogia das virtudes específicas (simplicidade, humildade e caridade), simplicidade em relação aos meios, o estilo que era tão caraterístico de Maria de Nazaré

Valorizar a simplicidade é um estilo próprio de São Vicente e de Santa Luísa, revelado nas suas atitudes pedagógicas; por exemplo, a simplicidade das suas explicações, usando linguagem familiar ao conversar com outras pessoas, evitando frases elevadas, pretensiosas e/ou afetadas na pregação ou no ensino. A Educação Vicentina é direcionada aos simples, utiliza meios humildes e motiva as pessoas para a prática da caridade.

---Pedagogia criativa e carismática: o amor é inventivo ao infinito

Aqui nos referimos à educação de indivíduos nos valores que são próprios da mensagem Vicentina: senso crítico em relação às várias situações que a pessoa vai encontrar e sensibilidade que significa manter os olhos abertos para as situações de pobreza e injustiça. As pessoas devem ser desafiadas a criar uma comunidade no meio de uma sociedade competitiva, convidadas a aproximarem-se dos outros com amor afetivo e efetivo e a estabelecer laços de solidariedade com eles. Devem ser ainda mais desafiadas a lutar por liberdade e justiça pessoal e estrutural, a esforçar-se para viver com sentido, a promover o autêntico desenvolvimento humano, a semear a esperança, etc.

CONCLUSÃO

Se nós, como vicentinos, queremos que os jovens descubram, sigam e se comprometam com Jesus Cristo e com a sua mensagem; se queremos que estes jovens sejam transformados em novos homens e mulheres que, por sua vez transformarão a sociedade em que se encontram; se queremos que tenham especial atenção com os mais pobres temos que proporcionar-lhes um processo adequado de formação na fé e temos de caminhar com eles num itenerário formativo.

São Vicente foi um formador extraordinário. As pessoas queriam reunir-se com ele e ficavam impressionadas com a visão que ele lhes transmitia. Espero que nós, seus seguidores, possamos revitalizar o serviço da formação e fazer isso de acordo com o espírito de Vicente.

Como Vicente de Paulo, os bons formadores, hoje ensinam melhor com o seu testemunho do que com as suas palavras; mais eficazmente com o exemplo de vida do que por alguma aula teórica; muito mais com a sua pessoa do que com seus planos bem pensados. O bom formador é capaz de unir um sólido enraizamento em Deus com uma profunda identificação com o sofrimento dos pobres.

Por fim, em nome de inúmeros jovens, quero agradecer a todos aqueles que estão envolvidos neste ministério do acompanhamento pessoal, e também quero convidar aqueles que se sentem chamados a este ministério a não hesitarem em assumi-lo. Talvez seja este o momento para recordar as palavras do Padre Pedro Castillo que afirmou que quando oferecemos este serviço de acompanhamento a outras pessoas, devemos estar atentos às palavras de São Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento. Assim, nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus, que faz crescer. Pois, nós somos cooperadores de Deus, e vós sois o seu terreno de cultivo, o edifício de Deus.” (1Cor 3, 6-7.9).

Agora, temos que colocar as mãos no arado e seguir em frente. Obrigado pelo ministério maravilhoso com o qual vocês estão envolvidos e pelo dom incrível do vosso tempo que lhes permite estar presentes aqui hoje. Que Deus vos abençoe.


Bibliografia:

1. Cf. MARIA LUISA MORANTE, El carisma vicenciano en la educación, en “El Carisma vicenciano en la Educación”, CEME, Salamanca 1997, 55 ss.

2. Cf. SOR MARIA LUISA MORANTE, “El carisma vicenciano en la enseñanza”, en “El carisma vicenciano en la Educación” Ed. CEME, Salamanca1997, 55ss.

3. Cf. JOSE Mª IBAÑEZ, “Educar en la sociedad de hoy según el espíritu de Vicente de Paul”, en “Mensaje Vicenciano y juventud actual”, CEME, Salamanca 1987

4. Cf. CELESTINO FERNANDEZ, Medios de comunicación, mensaje vicenciano y juventud actual, en “Mensaje vicenciano y juventud actual”, CEME, Salamanca 1987.

5. Formational Processes and Transition in the VMY, Juventud Mariana Vicenciana, Editorial La Milagrosa, García de Paredes, 45 – 28010 Madrid.